segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fortalecimento da democracia

Em conseqüência ao golpe ocorrido em Honduras, o presidente deposto, Manuel Zelaya, ocupou a embaixada brasileira naquele país, levando ao cerco do local pelos golpistas com ameaça de invasão ao local.
Diante dos fatos, devemos realizar algumas reflexões;
- Como se posicionar neste caso e em outros semelhantes?
- Como devemos agir para que nunca mais ocorra um golpe no Brasil, como no passado recente?
Com referência a primeira reflexão, entendo que a posição do Governo Lula foi positiva, ao condenar com veemência a ação dos golpistas e defendendo o retorno ao poder do presidente deposto. Infelizmente, não observamos posicionamento semelhante de outros setores da sociedade como a mídia e da oposição.Entendo que não podemos aceitar ação golpista em qualquer país, devendo a vontade popular ser respeitada.
No tocante a segunda reflexão, lembramos que durante anos, vivemos sobre o regime da ditadura militar no Brasil, assim como ocorria em outros países da América Latina, onde não havia espaços para nenhum processo democrático de discussão, com torturas e assassinados de todos e todas que lutavam contra o regime. Certamente, muitos leitores e leitoras deste blog só conhecem esta situação pelos livros de História, graças a luta que a sociedade travou para recuperar sua liberdade.
O fortalecimento da democracia brasileira é uma tarefa permanente para todos e todas nós, independente do sexo, idade, posição social, formação escolar, raça, credo religioso, e, neste contexto, observamos a necessidade de ficarmos vigilantes contra as práticas que reforcem ou defendam o retorno a situação vivida recentemente no Brasil.
O fortalecimento da democracia é uma atividade diária de qualquer pessoa, construindo espaços democráticos na família, no trabalho, na escola e em qualquer espaço de relação humana, pois só assim, poderemos contribuir com o processo democrático na política do país.
Sendo assim, deveremos ficar atentos contra tudo que possa ser expressão de práticas autoritárias, questionando-as e buscando formas de promover sua superação.
É importante lembra que a consciência política do povo brasileiro ainda é muito reduzida, havendo sempre o risco que essa maioria seja iludida com o discurso fácil daqueles que se colocam contra o processo democrático, diante a falta de organização e pouca participação da sociedade na vida política do país.
E, neste sentido, compreendo que devemos realizar distinção ao fazermos críticas as práticas dos políticos, por falta de ética e a corrupção, ressaltando que existem os maus e os bons políticos e a importância de instituições como o Congresso Nacional, pois do contrário, estaremos contribuindo para fortalecer idéias autoritárias de fechamento de casas legislativas.
Entendemos que a participação na qualidade de eleitor ou eleitora de qualquer pessoa acima dos 16 anos por si só, não irá garantir o processo democrático no Brasil, havendo, portanto, a necessidade do fortalecimento de todos canais de participação popular, garantindo um debate permanente e envolvimento permanente da sociedade nas esferas do poder.
Essa participação deve consistir na ruptura de idéias da elite como que “o povo não tem cultura para discutir determinados assuntos”, ressaltando que com a sabedoria popular, diversas pessoas vêem contribuindo em diversos projetos e ações que tenham interfaces no seu dia a dia.
Ressaltamos, ainda, que qualquer democracia viverá em risco, caso não seja superada a exclusão social de parte de sua população, decorrente da exploração capitalista, devendo se fortalecer o processo que possibilite que o número de excluídos diminua em nosso país.
Finalizando, não nos cansa lembrar que numa sociedade dividida em classes, cabe a cada um ou uma de nós da classe trabalhadora, contribuir na derrubada das mazelas do capitalismo e fortalecer uma verdadeira democracia.

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