quarta-feira, 13 de abril de 2011

Democracia na televisão


O artigo anterior aqui postado fez referência à necessidade da consolidação da democracia brasileira, procurando mostrar as fragilidades ainda existentes, as quais nos impedem de afirmar que vivemos em um país totalmente democrático, apesar dos avanços já existentes, graças a mobilização da sociedade.
Na oportunidade, citei que um dos pontos frágeis dentro do processo de construção democrática no Brasil se relacionava aos meios de comunicações, e, neste caso, merece destaque as redes de televisão, que se encontram nas mãos de uma elite econômica.
Ressalto a questão das redes de televisão, por ser o principal meio de comunicação acessado pela população brasileira, exercendo, portanto, grande influência através das idéias e mensagens repassadas através de novelas, noticiários, debates, programas humorísticos e programas de auditório, entre outros.
Apesar de ser concessão do governo, observa-se o caráter ideológico nas grandes redes de televisão brasileiras que, na sua essência, se encontram, sistematicamente, defendendo os interesses da elite brasileira em detrimento à classe trabalhadora e aos movimentos sociais, que têm espaço limitado para divulgação de suas mobilizações nos programas jornalísticos.
Neste caso, verifica-se o questionamento permanente a questão da Reforma Agrária, aonde as ações dos movimentos de reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras sem terra são, geralmente, considerados de caráter subversivo por não respeitarem as normas vigentes, as quais contribuem com a manutenção da propriedade das terras com uma elite minoritária e a exploração de famílias camponesas.
A questão das discriminações também é colocada em segundo plano, podendo ser lembrado que prevalece o discurso da inexistência de racismo na sociedade brasileira, apesar dos casos já comprovados de preconceito racial e da pouca presença de negros e de negras nas diversas esferas da sociedade, observa-se uma crítica sistemática a política de cotas nas universidades. 
As redes de televisão apresentam uma programação regional limitada, efetuando a divulgação dos hábitos e costumes de Rio de Janeiro e São Paulo para demais regiões brasileira, através de um processo de globalização, sem respeitar a diversidade cultural do país.
Observa-se, ainda, que as propagandas comerciais divulgadas pelas redes de televisão representam um incentivo ao consumismo em um momento que segmentos sociais procuram meios para ampliar ações sustentáveis nas diversas atividades humanas.
Buscando conquistar audiência, as redes de televisão se apegam a programas apelativos e sensacionalistas, como se observa na ocorrência de qualquer catástrofe e se viu na semana passada, quando da chacina na escola do Rio de Janeiro, muitos dos quais de baixo nível de qualidade, incluindo aqueles destinados as crianças e adolescentes.
O jargão utilizado nas passeatas de tempos atrás, que dizia “A Globo te faz de bobo”, continua valendo para os dias de hoje, devendo lembrar que  as demais emissoras de televisão nos fazem de bobo, numa escala inferior a Rede Globo, devido ao poderio da mesma.
Compreendo que a população necessita ampliar o debate sobre o papel da televisão, no sentido que as emissoras atendam o pluralismo da sociedade brasileira e se garanta um controle social sobre as mesmas, o que se encontra incluso na proposta da lei para os meios de comunicações sociais, decorrente das discussões, em 2009, durante a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM) e dependerá de aprovação no Congresso Nacional.

6 comentários:

  1. CONCORDO ADEMIR, POR ISSO QUE MEU TEM UM SLOGAN QUE DIZ:CONSTRUINDO UMA COMUNICAÇÃO CIDADÃ.

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  2. CONCORDO ADEMIR, POR ISSO QUE MEU BLOG TEM UM SLOGAN QUE DIZ:CONSTRUINDO UMA COMUNICAÇÃO CIDADÃ.

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  3. Esse artigo deve ser comentado e debatido nas mais diversas esferas da sociedade civil organizada. Alias, Temos a Globo e as imitações da mesma em outros tantos canais; infelizmente...

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  4. Concordo com quase tudo,Ademir só discordo um pouco do termo usado para o que aconteceu no Realengo, que não vejo como uma chacina e sim uma fatalidade com 13 vítimas fatais incluindo o Wellington que todos vêem como monstro, mas ele é tão vítima quanto as crianças, pois chacina é o que aconteceu no Carandiru e em Eldourado dos Carajás, já no Realengo houve o desfecho de um ato de violência que já vinha se prolongando há anos eninguém via como tal.
    Mas voltemos ao meios de comunicação, temos que ficar bem atentos porque os mesmos já estão chamando as conferências municipais, estaduais e nacionais de comunicação de desrespeito à liberdade de imprensa. Portanto, fiquemos atentos.
    Um grande abraço,
    Jonhson

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  5. MEU AMIGO ADEMIR DAMIÃO
    ENQUANTO A LIBERDADE DE IMPRENSA FOR USADA PARA APRESENTAR OS BBBs DA VIDA E OUTROS PROGRAMAS APELATIVOS QUE É O QUE PRENDE O ELEITORADO BRASILEIRO NOS VAMOS TER QUE SOBREVIVER COM ISSO POIS EU SEMPRE ESPEREI UMA LIBERDADE DE IMPRENSA VOLTADA PARA ESCLARECIMENTO DO POVÃO QUANTO AOS SEUS GOVERNANTES ISSO CONTINUA ESCONDIDO E PARA TIRAR ISTO DO CONHECIMENTO DO POVÃO DA REALIDADE BRASILEIRA SE CRIA BBBs E OUTROS PROGRAMAS TAIS COMO O APRESENTADO AS 17:00 HORAS(MALHAÇÃO OU MALHACÃO) AONDE MOSTRA QUE SER VIRGEM E RETROGADO (ONDE UMA ADOLESCENTE SE SENTE ENVERGONHADA ENTRE AS AMIGAS POR SER VIRGEM) QUANDO NA MINHA CONCEPÇÃO ISTO É UM MERITO QUE OS PAIS ATUAIS NÃO TEM E DA FORMA QUE AS COISAS ESTÃO INDO JAMAIS VAMOS CHEGAR LÁ, SÓ SE HOUVER UM DILUVIO UNIVERSAL DE FATO E AS FAMILIAS PASSEM A TER PODER DIANTE DOS SEUS SUCESSORES DOS CONTRARIO VAMOS TER MUITOS SODOMAS E GOMORRAS PELA VIDA AFORA, SÓ PEÇO UMA COISA QUE DEUS NOS ILUMINE PARA QUE ISTO CESSE, DO CONTRARIO DEIXA A VIDA MIM LEVAR LEVA EU ..............

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  6. a tua abordagem amigo é interessante, porém acrescentaria a ela o seguinte: "elite economica" qualquer elite se focará nos seus interesses sejam eles quais forem, vide campanha do desamamento, "consessão de governo" eis ai o grande mal que nos assola governo não tem que fazer consessão de nada pois os meios de propagação de todos os serviços quando muito são da sociedade portanto regulação estatal e não governamental, passageiro,implicando em consessões ideologicas, quanto ao "espaço limitado às questões regionais" se trata pura e simplesmente de Colonialismo Interno pouco discutido aqui, pois só obteremos exito na empreitada "controle social" se todos tomarem conhecimento da regulação do sistema, primeiro o que é de Estado e o que é de Governo, acredito ser a Grande Raiz da Questão, da colonização portuguesa até hoje o que tem de mais mascarado na nossa sociedade é o patrimonialismo de toda ordem inclusive com esta confusão que perdura "estado"x"governo" comecemos a verificar isso.
    Moacir

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