sábado, 27 de abril de 2013

Blog de Ademir Damião: Desenvolvimento sustentável: 25 anos de poucos avanços

Blog de Ademir Damião: Desenvolvimento sustentável: 25 anos de poucos avanços

Desenvolvimento sustentável: 25 anos de poucos avanços



Em 1987, o termo “desenvolvimento sustentável” foi utilizado pela primeira vez em um documento denominado de Relatório Brundtland ,  elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que havia sido criada pela Assembleia das Nações  Unidas em 1983, e entre as muitas definições já realizadas, tal termo pode ser assim definido: “é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro”.
Após mais de 25 anos, ou seja, um quarto de século, que avaliação pode ser feita sobre os passos dados pela sociedade humana para concretizar na prática um desenvolvimento sustentável? Foram verificadas mudanças concretas nas relações com o meio ambiente e entre os próprios seres humanos para alcançar uma sustentabilidade socioambiental nas ações humanas?
Em respostas as indagações acima, se observa que a sociedade humana vem ao longo dos últimos 25 anos, contribuindo timidamente na construção de um mundo sustentável, não havendo consolidação dos alicerces necessários que garantam condições para as futuras gerações usufruir de uma satisfatória qualidade de vida ambiental e social.
Apesar dos debates já realizados sobre desenvolvimento sustentável, parte dos seres humanos continua utilizando irracionalmente os recursos naturais em busca da manutenção de um nível de consumo desenfreado em decorrência da ideologia capitalista que leva as pessoas sempre a querer mais e mais na busca de status social, como se o “ter” fosse mais importante do que o “ser”.
As ações voltadas para evitar extinção dos recursos naturais e da biodiversidade do planeta são realizadas pontualmente, não havendo uma articulação de políticas públicas voltadas para preservação ambiental, incluindo medidas de planejamento, controle e de educação ambiental, respeitando e envolvendo os aspectos sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais de cada localidade.
O relacionamento errôneo dos seres humanos com a natureza, além de provocar sérios problemas para os recursos naturais e biodiversidade, vem trazendo consequências danosas como seca, erosão dos solos, deslizamentos de terras, enchentes, poluição do ar, água e do solo, que, em grande parte, atingem a população mais pobre que reside nas áreas consideradas críticas e sujeitas aos desastres decorrentes das ações humanas, que alguns insistem em denominar de “desastres naturais”.
Neste sentido, o processo de divisão de classes sociais impede que haja a concretização de ações sustentáveis, já que os grandes beneficiados são justamente aqueles com maior poder econômico, o que eleva o risco de exclusão dos mais pobres, sujeitos a receberem, em diversas ocasiões, as migalhas dos bens gerados nas atividades humanas.
A transformação que a sociedade necessita passar para implantar os alicerces do desenvolvimento sustentável deve ser norteada por novas posturas, com a revisão de costumes e hábitos, incluindo a utilização do meio ambiente como lixeira das ações econômicas e sociais.
Compreendendo que os seres humanos darão passos para alcançar a sustentabilidade socioambiental partir das mudanças de sua forma de agir, recuperando, então, o tempo perdido desde o lançamento da ideia de desenvolvimento sustentável, que já deveria ser uma prática reinante na sociedade humana bem antes de 25 anos atrás e que não acontece até os dias atuais.