domingo, 18 de setembro de 2016

A demagogia do discurso sobre sustentabilidade



A ideia que o desenvolvimento da sociedade deve se dar de  forma sustentável, defendida por ambientalistas, vem fazendo parte das plataformas de partidos e políticos de diferentes ideologias, notadamente em períodos eleitorais, como, atualmente, devido as proximidades  das eleições municipais.
Lembrando que o tema “desenvolvimento sustentável” foi utilizado pela primeira vez  no Relatório Brundtland elaborado, há, aproximadamente, 30 anos, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas e, desde então, vem fazendo parte de publicações, de documentos e de tratados internacionais.
Apesar da inclusão do termo em diversos documentos  partidários e governamentais, ainda são incipientes as transformações que tangem as interfaces ambiental, econômica e social e política da sustentabilidade, indicando, até agora, que há mais discurso do que prática.
Verifica-se que o levantamento da bandeira em defesa do desenvolvimento sustentável tem, em princípio, fácil aceitação pela carga emocional transmitida na defesa da importância da manutenção da qualidade de vida, não esgotamento dos recursos naturais   e preservação futura da raça humana.
Contudo, uma análise sobre os princípios  apregoados por cada defensor do desenvolvimento sustentável possibilita identificar as transformações indicadas  através das proposições apresentadas, verificando-se, em muitos casos, trata-se de um discurso falacioso, inconsistente e irreal.
O discurso em prol da sustentabilidade de grande parte dos políticos se torna demagogo, já que os mesmos não respeitam a diversidade e pluralidade da sociedade brasileira, demonstrando práticas de preconceito e discriminação que impedem  uma efetiva qualidade de vida para qualquer pessoa independente de raça, opção religiosa, política ou sexual.  .
A questão da sustentabilidade incluída nas plataformas eleitorais, é imediatamente jogada no “lixo” por diversos partidos e políticos, autodenominados “ecologistas”, ao defenderem obras dos que provocam sérios impactos ambientais, como barragens, hidrelétricas, complexos industriais, entre outras, implementadas por governos que fazem parte.
O desenvolvimento sustentável é relegado ao segundo plano quando são propostas ações voltadas para o crescimento econômico norteadas pela ideia do aumento de consumo, pois não há uma preocupação com o uso desenfreado dos recursos naturais e possíveis problemas ambientais.
Acrescente-se, ainda, que, independente de ideologias, vários políticos afirmam que as normas ambientais representam um entrave para o desenvolvimento econômico, propondo a flexibilização ou até mesmo alterações de leis para viabilizar obras e empreendimentos com riscos ao meio ambiente.
A espoliação de um arcaico sistema capitalista  proporciona que uma parcela da sociedade permaneça alienada dos benefícios econômicos e sociais, demonstrando a inviabilidade de implementação de qualquer proposta sobre sustentabilidade que não acarrete sérias transformações no âmbito da sociedade brasileira.
Cabe, portanto, analisar cada proposta política apresentada, buscando verificar os alicerces concretos de garantia para  o desenvolvimento sustentável, que realmente ofereça condições transformações para população de modo geral e que não busque apenas um engodo eleitoral.
Encerrando, este texto não poderia deixar de registrar: FORA TEMER!



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